A escada é o meio de comunicação entre Deus e o homem. Como a escada, se bem que seu topo penetrasse no Céu, tinha sua base na Terra, assim Cristo, se bem que Deus, revestiu Sua divindade com a humanidade e no mundo foi “achado na forma de homem”.
1 - Apesar de Abraão ser considerado amigo de Deus, que terrível prova teve de enfrentar?
E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Gênesis 22:2.
A ordem foi expressa em palavras que deveriam ter contorcido angustiosamente aquele coração de pai: "Toma agora o teu filho, o teu único filho Isaque, a quem amas, ... e oferece-o ali em holocausto." Gên. 22:2. Isaque era-lhe a luz do lar, a consolação da velhice, e acima de tudo o herdeiro da bênção prometida. A perda de tal filho por desastre, ou moléstia, teria despedaçado o coração do pai extremoso; teria curvado sua encanecida cabeça pela dor; entretanto, foi-lhe ordenado derramar o sangue daquele filho, com sua própria mão. Pareceu-lhe uma terrível impossibilidade. Patriarcas e Profetas, pág.148.
2 - Durante sua angústia, que trabalho fazia o grande apóstata para impedir a fidelidade de Abraão para com Deus?
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Mateus 5:21.
Satanás estava a postos para sugerir que ele devia estar enganado, pois que a lei divina ordena: "Não matarás" (Êxo. 20:13), e Deus não exigiria o que uma vez proibira. Saindo ao lado de sua tenda, Abraão olhou para o calmo resplendor do céu sem nuvens, e lembrou-se da promessa feita quase cinqüenta anos antes, de que sua semente seria numerosa como as estrelas. Se esta promessa devia cumprir-se por meio de Isaque, como poderia ele ser morto? Abraão foi tentado a crer que poderia estar iludido. Em sua dúvida e angústia prostrou-se em terra e orou, como nunca antes orara, pedindo alguma confirmação da ordem quanto a dever ele cumprir essa terrível incumbência. Lembrou-se dos anjos enviados para revelar-lhe o propósito de Deus de destruir Sodoma, e que lhe trouxeram a promessa deste mesmo filho Isaque, e foi para o lugar em que várias vezes encontrara os mensageiros celestiais, esperando encontrá-los outra vez, e receber algumas instruções mais; mas nenhum veio em seu socorro.Patriarcas e Profetas, pág.148.
3 - Qual foi à atitude de Abraão para com Sara sua esposa?
Aquela ordem devia ser obedecida, e não ousou demorar-se. O dia se aproximava, e ele devia estar a caminho. Voltando à sua tenda, foi ao lugar em que Isaque, deitado, dormia o sono profundo, calmo, da juventude e inocência. Por um momento o pai olhou para o rosto querido do filho; voltou então a tremer. Foi ao lado de Sara, que também estava a dormir. Deveria despertá-la, para que mais uma vez pudesse abraçar o filho? Deveria falar-lhe do mandado de Deus? Anelava aliviar o coração, falando a ela, e partilhar juntamente com ela desta terrível responsabilidade; mas se conteve pelo temor de que o pudesse impedir. Isaque era a alegria e o orgulho dela; sua vida estava ligada a ele, e o amor de mãe poderia recusar-se ao sacrifício. Patriarcas e Profetas, pág. 151.
4 - Qual a diferença da prova de Abraão e a de Adão?
Seres celestiais foram testemunhas daquela cena em que a fé de Abraão e a submissão de Isaque foram provadas. A prova foi muito mais severa do que aquela a que Adão havia sido submetido. A conformação com a proibição imposta a nossos primeiros pais, não envolvia sofrimentos; mas a ordem dada a Abraão exigia o mais angustioso sacrifício. O Céu inteiro contemplava com espanto e admiração a estrita obediência de Abraão. O Céu todo aplaudiu sua fidelidade. As acusações de Satanás demonstraram-se falsas. Deus declarou a Seu servo: "Agora sei que temes a Deus [a despeito das acusações de Satanás], e não Me negaste o teu filho, o teu único." O concerto de Deus, confirmado a Abraão por um juramento perante os seres de outros mundos, testificou que a obediência será recompensada. Patriarcas e Profetas, pág. 151.
5 - Como foi a viagem de Abraão naquele dia?
Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera. Gênesis 22:3.
Finalmente Abraão chamou o filho, falando-lhe da ordem de oferecer sacrifício em uma montanha distante. Isaque tinha freqüentes vezes ido com o pai a adorar em algum dos vários altares que assinalavam suas peregrinações, e esta chamada não provocou surpresa. Fizeram-se rapidamente os preparativos para a viagem. Preparou-se a lenha, puseram-na sobre o jumento, e com dois servos partiram. Lado a lado, pai e filho viajavam silenciosamente. O patriarca, ponderando seu cruel segredo, não tinha ânimo para falar. Seus pensamentos estavam naquela mãe ufana e extremosa, e considerava o dia em que sozinho deveria voltar a ela. Bem sabia que a faca lhe cortaria o coração, quando tirasse a vida de seu filho.Aquele dia - o mais comprido que jamais Abraão experimentara - arrastava-se vagarosamente ao seu termo. Enquanto seu filho e os moços dormiam, passou ele a noite em oração, esperando ainda que algum mensageiro celestial pudesse vir dizer que a prova já era suficiente, que o jovem poderia voltar ileso para sua mãe. Nenhum alívio, porém, lhe veio à alma torturada. Outro longo dia, outra noite de humilhação e oração, enquanto a ordem que o deveria deixar desfilhado lhe repercutia sempre no ouvido. Perto estava Satanás para insinuar dúvidas e incredulidade; mas Abraão resistiu a suas sugestões. Patriarca e Profetas, pág. 151.
6 - Que sinal foi dado a Abraão e quais foram seus pensamentos?
Ao terceiro dia levantou Abraão os seus olhos, e viu o lugar de longe. Gênesis 22:4.
Quando estavam a ponto de iniciar a viagem do terceiro dia, o patriarca, olhando para o Norte, viu o sinal prometido, uma nuvem de glória pairando sobre o Monte Moriá, e compreendeu que a voz que lhe falara era do Céu.Mesmo agora não murmurou contra Deus, mas fortaleceu a alma pensando nas provas da bondade e fidelidade do Senhor. Este filho fora dado inesperadamente; e não tinha Aquele que conferira a preciosa dádiva o direito de reclamar o que era Seu? Então a fé repetiu a promessa: "Em Isaque será chamada a tua semente" (Gên. 21:12) - semente numerosa como os grãos de areia na praia. Isaque fora filho de um milagre, e não poderia o poder que lhe dera vida restaurá-lo? Olhando para além daquilo que era visível, Abraão apreendeu a palavra divina, considerando "que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar". Heb. 11:19. Patriarcas e Profetas, pág. 152.
7 - Diante da impressionante prova de Abraão que podemos aprender?
Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Tiago 1:13.
Permite-se que sobrevenham provas ao povo escolhido de Deus. São usadas expressões como "Deus tentou Abraão", "Deus tentou os filhos de Israel". Isso significa que o Senhor permite que Satanás os tente, a fim de que seja vista a sua fé como honra e glória, quando se assentar o juízo e quando cada pessoa será julgada segundo os atos que praticou no corpo. Deus conhece cada coração, cada motivo, cada pensamento do coração; mas permite que Satanás teste, prove e tente os Seus fiéis a fim de que sejam reveladas a sua fé e confiança em Deus.Manuscrito 27, 1894.
O que é tentação? É o meio pelo qual os que afirmam ser filhos de Deus são testados e provados. Lemos que Deus que tentou Abraão, que tentou os filhos de Israel (Gn 22:1 ARC; Dt13: 3) Isso significa que Ele permitiu que ocorressem circunstancia para testar- lhes a fé e levá-los a buscar Sua ajuda. Deus permite que sobrevenha a Seus filhos de hoje para que percebam que Ele é um ajudador. Caso se aproximem Dele quando tentados, Ele os fortalece para enfrentar tentação. Mas caso cedam ao inimigo. Negligenciando se aproximarem do Onipotente ajudador, são vencidos, separam-se de Deus. Não dão evidências de que andam no caminho de Deus. ST, 12/03/1912.
Publicado em 16/02/2019